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segunda-feira, 4 de março de 2013

Cumuruxatiba - BA


Deixamos a cidade de Prado com destino à vila de Cumuruxatiba. A empresa de ônibus que detém os direitos de transporte nessa região ainda é a Brasileiro, existem três horários de ônibus para esse trecho: 9h, 14h30 e 16h30. Tomamos o ônibus às 14h30 por R$ 8,30 e o trajeto dura cerca de 1h30. O acesso à vila é fácil, entretanto apenas é possível por uma estrada de terra.


Uma questão que volta a permear todo o percurso da viagem é a imensa quantidade de terras destinadas ao plantio de eucaliptos pela indústria papeleira. Tivemos acesso a um documentário muito interessante disponível no Youtube através do link http://www.youtube.com/watch?v=hnc-UJmoiXA, que levanta dados muito esclarecedores sobre a economia, política, cultivo e extração de eucalipto no Brasil.
        
        Ainda dentro do ônibus tivemos a oportunidade de conhecer Juan, o proprietário de um restaurante nada convencional localizado logo na entrada da vila. Durante a alta temporada, o restaurante e circo Don Juan serve um vasto cardápio de culinária árabe saborosamente temperado com espetáculos circenses de malabares, trapézio e tecido, entre outras atividades. O trabalho apresentado é o resultado de um projeto social idealizado pela família, que oferece oficinas de circo gratuitas a crianças e adolescentes da região. Os clientes podem escolher entre se sentar em mesas tradicionais ou em esteiras estendidas no chão. O restaurante fica aberto ao público apenas em períodos de alta temporada, entretanto é possível contatar os proprietários para conhecer o projeto e agendar visitas pelo facebook Circo Don Juan.

                Em comparação ao seu singelo tamanho, é impressionante a rica movimentação cultural da vila, de livre acesso aos moradores locais, proporcionada por grupos muito interessados e ainda sem retorno financeiro.



                Popularmente conhecida como Cumuru, a vila possui uma infinidade de pousadas a beira mar, desde as mais simples até as mais sofisticadas. Encontramos uma ótima opção logo na entrada da vila: o camping e pousada A Hospedaria está estrategicamente localizada entre a represa em frente e a encantadora vista do mar aos fundos. Já fora da alta temporada, conseguimos pagar uma diária de apenas R$15,00 por pessoa em um quarto confortável, porém com banheiro bem apertado. Para utilizar ducha quente é necessário pagar uma taxa extra de R$ 2,oo por 5 minutos, mas no calor da Bahia definitivamente não é necessário. A Hospedaria é um lugar bastante simples e muito aconchegante, o lugar possui estrutura para camping, wi-fi e uma pequena cozinha comunitária que supre as necessidades básicas. A vila ainda possuí opções de mercado, apenas uma padaria e nenhuma agência bancária. Alguns estabelecimentos aceitam cartões, entretanto é necessário um planejamento para não passar aperto com dinheiro.


                Uma das características mais impressionantes da região é a intensidade do dinamismo das marés. Assim como em todo o litoral brasileiro, existem dois horários de maré baixa e dois horários de maré alta todos os dias. Entretanto, nas marés baixas, a água do mar no quintal das casas da orla e nos pés das falésias durante as marés altas, desaparece ao fundo do horizonte, descobrindo lindas formações rochosas e corais. Nesse período que dura em torno de seis horas, é possível caminhar sobre essa paisagem e observar em piscinas naturais de água cristalina alguns seres marinhos que vivem ali. Mas é preciso muita atenção! É bastante arriscado nadar em regiões de pedras e corais. Para banhar-se, é necessário informar-se com os moradores sobre os lugares seguros. O desfrute é intenso, pois a paisagem muda significativamente o tempo todo e o mesmo lugar se transforma nas mais diversas fotografias durante o decorrer de um dia.



                Outro passeio imperdível é a caminhada de 12km pela costa até a Barra do Cahy. O caminho é repleto de paisagens impressionantes constituídas por grandes falésias em constante transformação devido à ação do mar, além um rio por km² em média, que desaguam no mar de Cumuru, resultando em um espetáculo natural de águas doces e salgadas juntas.






                Além disso, durante a caminhada, depara-se com a Casa de Pedras, uma construção feita com pedras, corais, conchas entre outras matérias retiradas do mar. A casa com escotilhas de navios e grandes janelas que permitem a interação do espaço interno da casa com a paisagem, foi construída a cerca de 40 anos e abandonada a cerca de 10, quando a maré começou violentamente à chocar-se contra ela. Um ambiente mágico e fantasmagórico abandonado na areia da praia. A casa está aberta e aos mais corajosos, é possível passar a noite no andar de cima.





Um comentário:

  1. Oi Ana,
    aqui é a Laura. Primeiro de tudo: Parabéns pelo Blog! muito interessante o percurso e as descobertas de vcs!Tenho acompanhado todos os posts!
    a outra coisa que eu ia falar é que eu humildemente acho que o fundo atrapalha um pouco as fotos, elas são tão bonitas e importantes. Merecem mais destaque!
    Acho q é isso!
    bjs
    Lau

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