Deixamos a
cidade de Prado com destino à vila de Cumuruxatiba. A empresa de ônibus que
detém os direitos de transporte nessa região ainda é a Brasileiro, existem três
horários de ônibus para esse trecho: 9h, 14h30 e 16h30. Tomamos o ônibus às
14h30 por R$ 8,30 e o trajeto dura cerca de 1h30. O acesso à vila é fácil,
entretanto apenas é possível por uma estrada de terra.
Uma questão
que volta a permear todo o percurso da viagem é a imensa quantidade de terras
destinadas ao plantio de eucaliptos pela indústria papeleira. Tivemos acesso a
um documentário muito interessante disponível no Youtube através do link http://www.youtube.com/watch?v=hnc-UJmoiXA,
que levanta dados muito esclarecedores sobre a economia, política, cultivo e
extração de eucalipto no Brasil.
Ainda
dentro do ônibus tivemos a oportunidade de conhecer Juan, o proprietário de um
restaurante nada convencional localizado logo na entrada da vila. Durante a
alta temporada, o restaurante e circo Don Juan serve um vasto cardápio de
culinária árabe saborosamente temperado com espetáculos circenses de malabares,
trapézio e tecido, entre outras atividades. O trabalho apresentado é o
resultado de um projeto social idealizado pela família, que oferece oficinas de
circo gratuitas a crianças e adolescentes da região. Os clientes podem escolher
entre se sentar em mesas tradicionais ou em esteiras estendidas no chão. O
restaurante fica aberto ao público apenas em períodos de alta temporada,
entretanto é possível contatar os proprietários para conhecer o projeto e
agendar visitas pelo facebook Circo Don Juan.
Em
comparação ao seu singelo tamanho, é impressionante a rica movimentação
cultural da vila, de livre acesso aos moradores locais, proporcionada por
grupos muito interessados e ainda sem retorno financeiro.
Popularmente
conhecida como Cumuru, a vila possui uma infinidade de pousadas a beira mar,
desde as mais simples até as mais sofisticadas. Encontramos uma ótima opção
logo na entrada da vila: o camping e pousada A Hospedaria está estrategicamente
localizada entre a represa em frente e a encantadora vista do mar aos fundos.
Já fora da alta temporada, conseguimos pagar uma diária de apenas R$15,00 por
pessoa em um quarto confortável, porém com banheiro bem apertado. Para utilizar
ducha quente é necessário pagar uma taxa extra de R$ 2,oo por 5 minutos, mas no
calor da Bahia definitivamente não é necessário. A Hospedaria é um lugar
bastante simples e muito aconchegante, o lugar possui estrutura para camping,
wi-fi e uma pequena cozinha comunitária que supre as necessidades básicas. A
vila ainda possuí opções de mercado, apenas uma padaria e nenhuma agência
bancária. Alguns estabelecimentos aceitam cartões, entretanto é necessário um
planejamento para não passar aperto com dinheiro.
Uma
das características mais impressionantes da região é a intensidade do dinamismo
das marés. Assim como em todo o litoral brasileiro, existem dois horários de
maré baixa e dois horários de maré alta todos os dias. Entretanto, nas marés
baixas, a água do mar no quintal das casas da orla e nos pés das falésias
durante as marés altas, desaparece ao fundo do horizonte, descobrindo lindas formações
rochosas e corais. Nesse período que dura em torno de seis horas, é possível
caminhar sobre essa paisagem e observar em piscinas naturais de água cristalina
alguns seres marinhos que vivem ali. Mas é preciso muita atenção! É bastante
arriscado nadar em regiões de pedras e corais. Para banhar-se, é necessário
informar-se com os moradores sobre os lugares seguros. O desfrute é intenso,
pois a paisagem muda significativamente o tempo todo e o mesmo lugar se
transforma nas mais diversas fotografias durante o decorrer de um dia.
Outro
passeio imperdível é a caminhada de 12km pela costa até a Barra do Cahy. O
caminho é repleto de paisagens impressionantes constituídas por grandes
falésias em constante transformação devido à ação do mar, além um rio por km²
em média, que desaguam no mar de Cumuru, resultando em um espetáculo natural de
águas doces e salgadas juntas.
Além
disso, durante a caminhada, depara-se com a Casa de Pedras, uma construção
feita com pedras, corais, conchas entre outras matérias retiradas do mar. A
casa com escotilhas de navios e grandes janelas que permitem a interação do
espaço interno da casa com a paisagem, foi construída a cerca de 40 anos e
abandonada a cerca de 10, quando a maré começou violentamente à chocar-se
contra ela. Um ambiente mágico e fantasmagórico abandonado na areia da praia. A
casa está aberta e aos mais corajosos, é possível passar a noite no andar de
cima.
Oi Ana,
ResponderExcluiraqui é a Laura. Primeiro de tudo: Parabéns pelo Blog! muito interessante o percurso e as descobertas de vcs!Tenho acompanhado todos os posts!
a outra coisa que eu ia falar é que eu humildemente acho que o fundo atrapalha um pouco as fotos, elas são tão bonitas e importantes. Merecem mais destaque!
Acho q é isso!
bjs
Lau