Após quatro
dias na caríssima Trancoso, partimos em direção a Arraial D’Ajuda. O trajeto
dura em torno de uma hora e é feito pela empresa Águia Azul. O valor da
passagem é R$ 6,50 e os ônibus saem durante todo o dia praticamente de hora em
hora.
Ao chegarmos à
cidade, fomos abordados por um nativo aparentemente mal intencionado: já era
noite, estávamos carregados com nossas mochilas sem saber onde iríamos dormir.
Estávamos à procura de uma pousada, quando um rapaz de não mais que 25 anos nos
disse ter parceria com uma pousada próxima e super barata na qual nos levaria
“sem cobrar nada”. Ao dizer isso, indicou o caminho por um canto escuro atrás
da igreja de Nossa Senhora D’Ajuda. É claro que não confiamos e procuramos nos
informar em pontos mais iluminados e movimentados. Talvez essa circunstância
seja recorrente em cidades muito turísticas, motivo pelo qual é sempre bom
estar atento.
Seguimos
perguntando por preços em pousadas e pedindo informações aos moradores locais
em lojas e restaurantes. Foi em um simples restaurante da badalada Rua Broadway
que nos indicaram uma senhora residente na Rua Brasilina, próxima à igreja.
Fomos até o local e encontramos um simpático beco sem saída de casas muito
coloridas. A senhora que aluga quartos chama-se Nilma. Não é difícil
encontra-la, pois todos na pequena rua Brasilina se conhecem por nome. Alugamos
um quartinho simples com banheiro e ventilador além de cozinha comunitária aR$
15,00 por pessoa, preço bastante razoável comparado aos valores altos das
pousadas.
Arraial
D’Ajuda foi na década de 60, um dos retiros preferidos pelos hippies o lugar
foi frequentado por pessoas como Janis Joplin, Jimmy Hendrix e Mick Jagger
entre diversos outros grandes nomes da época. Em 80 o lugar passou a ser
frequentado principalmente por um público de poder aquisitivo bastante elevado,a
ocorrência de público proporcionou um requintado desenvolvimento de galerias de
moda, restaurantes de diversas nacionalidades, bares e baladas das mais sofisticadas.
Na alta
temporada a vila continua recebendo visitantes endinheirados, entretanto no
período de baixa o público predominante é trazido pelas grandes operadoras de
viagens como a CVC. Esse turista costuma tentar ao máximo economizar, portanto
o comercio local também teve de se adaptar e alguns estabelecimentos oferecem
preços mais baixos. A dica para refeição são as pizzarias no início da Rua
Mucugê com pizzas de até R$14,00.
A massificação
do turismo nem sempre se apresenta como uma alternativa saudável de
desenvolvimento. Um exemplo de efeito negativo desse segmento de turismo em
Arraialé a Rua Broadway onde anos atrás funcionavam diversos bares e
restaurantes de moradores nativos, hoje funciona uma infinidade de lojinhas de
utilidades ou de “artesanato local” produzido em São Paulo.
Para chegar à
praia é preciso caminhar um pouco. A dica é ir pela RuaMucugê, é o caminho mais
rápido pra colocar os pés na areia de praia de mesmo nome. Uma vez na praia, é
possível caminhar tranquilamente para as demais praias, todas de águas calmas e
limpas, além bastante bonitas, algumas mais movimentadas e caras que as outras.