Fim de semana especial, em uma
das mais belas cidades brasileiras. Ouro Preto guarda em cada uma de suas ruas
e becos, um pedaço importante da história brasileira. Muito mais do que estudar
sobre ciclo do ouro, inconfidência mineira, Tiradentes e seus compadres ou até
mesmo o triste período de escravidão, pisar onde esses personagens pisaram e
enxergar praticamente a mesma cidade que enxergavam é de tirar o fôlego.
Pegamos o ônibus de Belo
Horizonte a Ouro Preto às 10h00. A empresa que faz o trajeto é a Pássaro Verde
com ônibus disponíveis de hora em hora. O valor da passagem é R$ 24,70 e o
percurso dura em média 2h pelas rodovias BR040 e BR356, belas estradas entre
montanhas, além de estarem em boas condições.
Ao chegarmos na rodoviária,
encontramos um PIT (Posto de Informações turísticas) na plataforma de
desembarque. Infelizmente não havia mapas, entretanto o atendente soube nos
indicar uma bela pousada que nos pareceu ter o preço em conta, cerca de 300 metros
dali. O Nome do albergue é Pousada São Francisco de Paula, e sem dúvida é nossa
indicação para quem vier a Ouro Preto, tanto ela ótima localização, quanto pela
receptividade de seus proprietários. Ao chegarmos na pousada, percebemos que,
na verdade, ela é um albergue. Pensamos que a escolha do título se deve à
restrição brasileira em relação ao nome “albergue”, mais conhecidos como
hospedarias para moradores de rua. Devemos afirmar que esses são alojamentos
distintos e que albergues são, na maior parte das vezes, a melhor opção para pessoas
que desejam economizar durante a viagem, além de o ambiente de um albergue
proporcionar incríveis interações com viajantes de todos os cantos do mundo.
Dessa vez conhecemos os argentinos Abraão e sua adorável filha Luna de apenas
12 anos, já amante das longas viagens. Os dois pretendem fazer nos próximos
meses o mesmo roteiro que nós estamos planejando. Tomara que os encontremos
novamente. Ficamos nesse albergue próximo à rodoviária por RS 35,00 por pessoa
em quarto compartilhado por 4 pessoas, entretanto apenas Felipe de Germânia se
alojou conosco e nos permitiu tirar a ferrugem do inglês . Caso prefira a
privacidade de um quarto de casal, o valor é de R$ 50,00 por pessoa, sempre com
delicioso café da manhã incluso.
Ouro Preto é
patrimônio histórico tombado, o que impede qualquer construção ou alteração nas
ruas, prédios ou qualquer outra estrutura desse destino. A cidade preserva
rigorosamente as estruturas do século XIII, de forma que andar nas ruas de Ouro
Preto nos dá a sensação de museu a céu aberto, ou caminhar em um cenário
descrito em filmes e novelas de época. Impressionante!
Existe uma
infinidade de museus e igrejas históricas a serem visitados. Conseguimos visitar
muito pouco do que nos era oferecido devido ao curto período de visitação,
portanto vou escrever apenas sobre alguns pontos que tivemos a oportunidade
conhecer:
Casa dos Contos:
o casarão data de 1784 e pertenceu a João Rodrigues de Macedo. Hoje tombado,
trata-se de um museu assumido pelo Ministério da Fazenda e conta a história da economia
brasileira através de um grande acervo de moedas e utensílios para a fabricação
das mesmas. A casa mantém sua estrutura original – restaurada, em alguns
cômodos –, além de uma senzala, que abriga as ferramentas de aprisionamento,
tortura e trabalho dos escravos, além de uma página de jornal com “procura-se”
de escravos fugidos. Ao lê-la, torcemos pelos escravos como se tivessem acabado
de se libertar perigosamente. A casa dos contos funciona de segunda a domingo,
porém com horários de difícil memorização: Segunda
– 14h às 18h; Terça a Sábado – 10h às 18h; Domingo e feriados – 10h às 16h.
Museu de
Mineralogia: a construção data de 1877. Com uma exposição de inúmeros
exemplares incríveis de fósseis, esqueletos reconstituídos conchas e pedras das
mais variadas cores. É muito legal. O horário de funcionamento é de Terça a
Domingo – 12h às 17h30.
A cidade está
muito bem servida de informação turística, existem diversos postos de
informação espalhados pelas ruas e praças. Além de destino turístico, a cidade
também abriga a Universidade Federal de Ouro Preto - UFOP, o que gera a
movimentação de dois segmentos de pessoas: turistas e estudantes. Esse fator
influencia muito no custo de vida, ao menos o centro da cidade. Não é fácil
encontrar um restaurante ou bar com pequenos preços por ali, e é claro que quem
procura antes de consumir certamente encontra um produto mais barato. Almoçamos
em um restaurante e padaria na Praça Tiradentes chamado Maria Bonita a R$9,00.
O cliente se serve uma vez a vontade, mas apenas uma vez! Além disso, o lugar
tem sanduíches e salgados a preços acessíveis, e um atendimento bastante
atencioso. No final da tarde da tarde tomamos algumas cervejas em um boteco
também no centro chamado Satélite, na rua Conde de Bobadela, 97, Centro, cuja
conta não ficou super barata, mas ao mesmo tempo nenhum absurdo. A vantagem é
que o bar oferece meias porções por um precinho camarada e quantidade razoável
para duas pessoas. Pagamos R$8,50 em meia porção de calabresa e não passamos
vontade. Uma curiosidade foi o preço da cerveja, R$5,50 a Antártica e R$ 6,00
Bohemia, Original e Heineken. Chamamos nosso vizinho de quarto, o argentino
Abraão e a pequena e adorável Luna que passavam pela calçada e tomamos cervejas
(suco para Luna), algumas cachaças e jogamos dominó até a hora de irmos
descansar e produzir um pouco de artesanato pra seguir viagem.
Gostei de Ouro Preto, confesso que não sabia muito sobre...e nem imaginava que á tão cheia de história. Vejo que vocês mudaram um pouco o percurso ?
ResponderExcluirGostei muito do texto, ja me imagino em um livro de histórias viajando junto com vocês. rs